A presença das mulheres na TI contribui para reduzir a falta de profissionais qualificados no mercado e promove mais inovação. Para ampliar a presença feminina no setor as profissionais é preciso mudanças nas organizações para oferecer mais oportunidades.
A atuação de mulheres na TI ainda é muito reduzida em relação à atuação masculina. Esse cenário não é saudável para as mulheres, nem para as empresas, sequer para a economia como um todo. E a mudança nessa realidade é urgente, pelo bem de todos.
Dentre questões culturais, de preconceito, representatividade e inclusão, há muito o que ser trabalhado para equilibrar a participação de homens e mulheres na tecnologia. E é importante compreender o papel da sua empresa nessa mudança e o que você pode fazer para melhorar a sua equipe.
Para isso, preparamos esse artigo com informações sobre a atuação das mulheres na TI e sua importância para o setor. Acompanhe até o final e veja também as dicas para incentivar a participação feminina na sua equipe, aumentando sua inovação e produtividade.
Os obstáculos começam cedo, ainda nas diferenças da infância de meninas e meninos. Ainda são muito enraizadas posturas e incentivos baseados nos gêneros das crianças, como brinquedos que estimulam o pensamento lógico e a criatividade serem vistos como “de menino”.
A falta de representatividade é outra questão que desestimula as jovens a buscar uma carreira na TI. Ainda que tenham o interesse, não ver outras mulheres de sucesso na área faz com que seu inconsciente acredite que esse não é um lugar ocupado por mulheres.
E mesmo para aquelas que rompem as primeiras barreiras e entram para a área da tecnologia, frequentemente ainda encontram um ambiente de trabalho sexista, salários mais baixos para as mesmas funções e descrédito de colegas e clientes.
A teoria da porta de vidro, desenvolvida pela fundadora e CEO da She’s Tech, Ciranda de Morais, fala sobre as barreiras invisíveis impostas às mulheres ao longo de suas vidas. Mesmo que aparentemente os mesmos caminhos sejam apresentados para meninos e meninas, elas se deparam com barreiras invisíveis, mas muito reais, que dificultam sua trajetória nas áreas da tecnologia.
Mulheres são capazes de desenvolver carreiras tecnológicas tão bem-sucedidas quanto os homens, e causa estranhamento que, em pleno século XXI, ainda seja necessário usar esse argumento. Ainda assim, é comum que mulheres sejam estereotipadas como menos capazes de atuar de forma técnica e com alto desempenho.
Dentre os desafios mais relatados por mulheres na TI, podemos destacar:
A cultura organizacional pode, ainda, representar um reforço desses obstáculos ou uma ação para removê-los, a depender das políticas de licenças parentais, processos seletivos inclusivos, incentivos às mulheres se candidatarem a cargos de liderança, etc.
O primeiro benefício de incentivar que mais mulheres ocupem a área de tecnologia é simples: solucionar uma crise de escassez de mão de obra especializada. A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estima um déficit de 270 mil profissionais de TI até 2024, no Brasil.
Essa alta demanda por profissionais qualificados é resultado do crescimento acelerado em que se encontra o mercado de TI. Não preencher essas vagas pode significar uma perda de receita de 167 bilhões de reais até 2024, ainda segundo a Brasscom.
Incentivar a ocupação do mercado de tecnologia pelas mulheres é um meio de formar mais profissionais da área, preenchendo essa demanda.
Além de suprir uma demanda crescente com profissionais altamente capacitadas, a diversidade de gênero em equipes já é reconhecida em estudos como fator importante para a melhoria da performance da equipe.
Empresas diversas, que contam com mulheres líderes, também apresentam melhores resultados em lucratividade, retenção de talentos e na tomada de decisões. Ou seja, a maior participação das mulheres na TI não é uma caridade para as profissionais, mas um investimento em melhores resultados de negócio.
A resposta para essa pergunta não está, especificamente, nas mulheres, mas na diversidade da equipe. Uma equipe formada por pessoas diferentes é contemplada com pontos de vista diversos, promovendo o “pensamento fora da caixa” tão importante para um ambiente inovador.
A diversidade passa por gênero, etnia, religião, orientação sexual, idade, e várias outras dimensões sociais. Na tecnologia, a participação das mulheres ainda é muito abaixo da masculina, cerca de 32% de acordo com a Accenture.
Esse ambiente majoritariamente masculino limita a diversidade de pensamento dentro da equipe. Pessoas que pensam sempre de uma determinada forma tendem a abordar os problemas sempre de um determinado jeito, sem considerar novas perspectivas muitas vezes por desconhecimento de causa. Isso reduz as possibilidades exploradas.
Com a inclusão de mais mulheres, as diversas competências e habilidades podem se complementar, aumentando o potencial da equipe e promovendo um ambiente de mais criatividade e inovação. Assim, mais perspectivas são analisadas, novas possibilidades são exploradas e resultam em soluções mais interessantes para todos.
A mudança não vai acontecer apenas por uma vertente. Além da mudança na forma como educamos nossas crianças, é preciso tornar os espaços de trabalho de TI mais inclusivos e menos ameaçadores para as profissionais.
Algumas mudanças que podem começar dentro do setor de TI da sua empresa são:
Aumentar a representatividade feminina na tecnologia passa por uma mudança cultural da nossa sociedade. É preciso mostrar para nossas meninas que a TI é um espaço que também as pertence.
Por isso, é importante que as empresas abram espaço às mulheres na TI, combatendo preconceitos, oferecendo oportunidades e colhendo, consequentemente, os bons resultados de um negócio mais diversificado, inovador, produtivo e eficiente.
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